SPOILER- ATENÇÃO, o texto abaixo apresenta conteúdo revelador sobre a trama do filme!


Ilha do Medo (Shutter Island), novo filme do consagrado diretor americano Martin Scorsese, é um filme polêmico. Não pelo seu conteúdo mas por sua narrativa, sua forma estética. O enredo parece interessante, apesar de não ser inovador: No ano de 1954, dois detetives chegam à uma ilha misteriosa, que funciona como hospício-presídio para os psicopatas criminosos mais perigosos dos Estados-Unidos, afim de investigar o desaparecimento de uma das pacientes da ilha. Teddy Daniels (Leonardo diCaprio, excelente no papel), um dos detetives responsáveis pelo caso, começa a investigar aparentes experiências ilegais realizadas na ilha, o que resulta num clima de tensão conspiratória até o fim do filme.


O desenrolar dos acontecimentos parecem confusos, desconexos, e os mais desavisados podem criticar o diretor por esses e outros "erros" do filme. Porém, nada em Ilha do medo é por acaso. Scorsese brinca com nossa impaciência em momentos aparentemente lentos, nos confunde em cenas que parecem sem comunicação com a seguinte, embaralha nossas percepções e não faz concessões a uma separação nítida sobre o que é realidade ou loucura, para nos brindar com uma genial aula de como se fazer cinema.
Como grande conhecedor da sétima arte, Scorsese agracia o espectador com inúmeras homenagens a algumas de suas maiores influências cinematográficas. "Um corpo que cai" (Vertigo) de Hitchcock é, sem dúvida alguma, a maior influência do diretor, tendo declarado abertamente que considera o filme a maior obra prima do suspense mundial. Características similares dos personagens dos dois filmes podem ser facilmente percebidas, como o sentimento de culpa dos protagonistas pela morte de uma pessoa amada, acarretando numa crise psicótica transitória, retomando a lucidez mental antes do triunfante desfecho. A trilha sonora, sempre tensa, é uma mistura das trilhas eternizadas por Bernard Herrmann, maior compositor dos filmes de Hitchcock, com a clássica trilha de "O Iluminado" de Kubrick.


Scorsese ousa ao mudar o tom de seu novo filme, nos presenteando com seu melhor trabalho desde "Os Bons Companheiros", apesar de seus últimos trabalhos anêmicos terem sido bem recebidos pela crítica especializada. Apaga também a péssima impressão que Scorsese jamais conseguiria rodar um bom suspense, após o fracasso estrondoso de "Cabo do Medo". Ben Kingsley e Max Von Sydow estão ótimos em seus papéis secundários como os dois psiquiatras mais experientes da ilha, e Leonardo diCaprio apresenta sua melhor performance desde que iniciou sua parceria duradoura com o diretor, mostrando com competência as nuances interpretativas que exigem seu personagem.


"Ilha do Medo" é uma obra indispensável para todos que gostam de cinema e, principalmente, para aqueles que gostam de ver um filme com a marca de um grande diretor como Scorsese, que mostra cada vez mais que não se acomodou após ganhar seu tão sonhado Oscar.


Nota: 9,0
Daniel Hetzel

Panorâmica da Ilha, recurso estético bem explorado no filme

"Flashback", um dos recursos narrativos utilizados por Scorsese no filme



"Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!" A maioria das moças levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas as bandas do gênero). Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde essas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado, baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, por que este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:


- Calcinha no chão ( Caviar com Rapadura)
- Zé Priquito (Duquinha)
- Fiel à Putaria (Felipão Forró Moral)
- Chefe do Puteiro (Aviões do Forró)
- Mulher Roleira (Saia Rodada)
- Chico Rola (Bonde do Forró)
- Banho de Língua (Solteirões do Forró)
- Vou dá-lhe de Cano de ferro (Forró Chacal)
- Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada)
- Sou Viciado em Putaria (Ferro na Boneca)
- Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do Forró)
- Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do Forró)

Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.


Porém, o culpado dessa "desculhambação" não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo-folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslavia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo-folk, mistura de pop com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo-folk vestiam-se como se vestem as bailarinas e vocalistas das bandas de forró, parafraseando Luiz Gonzaga, "as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde". Numa entrevista num jornal Inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos Alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade denominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina "forró estilizado" continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, d euma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem "rapariga na platéia", alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: "É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!", alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.


Ariano Suassuna


É difícil discursar sobre qualquer assunto após um texto de Ariano Suassuna mas, não poderia perder essa oportunidade de me expressar sobre uma temática que abordei inúmeras vezes com amigos, familiares e outros nichos sociais. Minha opinião é similar a do também filósofo Suassuna: O forró, como expressão musical no Nordeste, tem raízes muito profundas em seu povo, e é triste ver toda essa cultura ser desmoralizada e diminuída. Tornou-se alienante.

O forró verdadeiro, cantado em verso e prosa por grandes nomes da música brasileira (como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Zé Ramalho, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho, Sivuca, João do Vale, entre outros), hoje em dia, é apelidado de "forró pé-de-serra" ou "forró dos idosos", como costumeiramente se referem no interior do Estado. Exclui-se a melodia das canções e a poesia das letras, entra a versão pornochanchada e sua bundalização cultural. A mediocridade se torna festejada pelas massas, e a classe média e alta, formadora de opinião, cala-se, quando não faz pior, apóia, divertindo-se com o flerte ao gosto duvidoso. Criou-se hoje uma cultura de exclamação ao brega, tornando cult o que anteriormente era apenas considerado de mau gosto. Essa linha de raciocínio não se restringe, evidentemente, ao campo da música.

No mundo do cinema, diversos filmes antes execrados por público e crítica, como a obra do diretor Ed Wood (diretor de filmes trash das décadas de 50 a 70, que tem no currículo o filme Plano 9 do Espaço Sideral, eleito até hoje como o pior filme de todos os tempos) voltaram à tona recentemente, sendo elevados ao posto de clássicos da contra-cultura. Obras que, de tão ruins, são consideradas interessantes (por que não, boas?!!). Quanto contra-senso, não? Muitos argumentam ainda, que algumas obras do gênero foram realizadas de tal forma bisonha propositalmente (hã??!!!). Assim, fica até difícil contra-argumentar... Opinem livremente!!


Daniel Hetzel

Banda de Forró "Estilizado": Encarte de CD


O espetáculo "4x4" trouxe Deborah Colker tocando piano em cena, interpretando uma sonata de Mozart para duas bailarinas dançarem na abertura de "Vasos". Também se visualiza obras de artistas brasileiros, de olhar e épocas diferentes, que se materializam em dança, graças à excelência do trabalho de Deborah Colker.

"Cantos" (de Cildo Meireles), "Mesa" (Grupo Chelpa Ferro), "Povinho" (Victor Arruda) e "Vasos" (Gringo Cardia) são as peças retratadas no espetáculo.

Bailarinos da Cia Deborah Colker ministraram um workshop na Escola de Dança do Espaço Cultural. Durante o workshop, bailarinos da Cia Deborah Colker repassaram a experiência que consagrou a companhia para artistas paraibanos. "4x4", um espetáculo valoroso!


Alicia Truffaut


O roteiro do filme "Um sonho possível" (The Blind side) é tão improvável que mais parece vindo da mente de um escritor de novelas mexicanas, das mais piegas. Jovem negro americano de 1,95m de altura e 140kg, oriundo de uma família destruída, tem sérios problemas de adaptação na escola, apresentando dificuldades cognitivas importantes, não se encaixando em nenhum círculo social. Sobrevive dormindo clandestinamente no ginásio de sua escola, até ser descoberto pela socialite e ex-líder de torcida Leigh Anne Tuohy, casada com um empresário bem sucedido e mãe de um casal de pré-adolescentes. Típica família branca americana republicana do sul dos Estados-Unidos. Eis que esta mesma família, aparentemente conservadora, decide adotar o jovem Michael Oher que, até mesmo pelo seu porte físico, demonstra talento nato pelo futebol americano.
Soa absurdamente improvável, não? Pois o lado surpreendente é que este enredo é baseado em fatos reais! Talvez por este motivo, o drama tenha sido alavancado às listas de melhores filmes do ano e, Sandra Bullock, recebido os maiores louros pelo seu papel como a corajosa decoradora de interiores que arrisca quase tudo ao apostar todas as fichas na metamorfose de seu novo protegido. Ela degladia contra tudo e todos, e se torna a grande responsável pelo "insight" decisivo que inicia a transformação de Michael Oher, até então um jovem "borderline", em grande jogador de futebol americano, mudando sua vida para sempre.
Sandra Bullock foi aclamada pelos principais prêmios de melhor atriz, incluindo o Globo de Ouro de melhor atriz dramática, o Oscar de melhor atriz e o prêmio do sindicato dos atores (SAG). Muito se debateu sobre a validade de tamanha exclamação e, na minha opinião, a resposta é simples: Qualquer outra boa atriz dramática que interpretasse a personagem de Leigh Anne jamais teria tido a mesma repercussão. Sandra Bullock, no entanto, comoveu aos críticos pelas suas raízes oriundas de comédias românticas bobinhas e, neste filme, demonstra um bom potencial dramático. Em termos de técnica interpretativa, galáxias ainda a separam de outras atrizes dramáticas, principalmente se for comparada à Meryl Streep e Hellen Mirren, também indicadas para o Oscar deste ano. Veremos se Sandra Bullock inicia, depois do incentivo dourado, uma investida consistente em filmes "sérios" em Hollywood. Potencial ela demonstrou que tem...

Nota: 7,0
Daniel Hetzel
"Guerra ao Terror" (The Hurt Locker), filme da diretora Kathryn Bigelow, até então conhecida como ex-esposa do megalomaníaco diretor James Cameron, surpreendeu o mundo ao vencer o grande favorito "Avatar" nas principais categorias do Oscar 2010. A grande pergunta desde então foi: Foi ou não justo tal resultado? A resposta pode não ser tão simples...


"Guerra ao Terror" mostra o cotidiano de um batalhão anti-bombas americano na região do Iraque nos dias atuais. O protagonista é o Sargento William James (interpretado por Jeremy Renner, ótimo no papel), militar especialista em desarmar bombas, e com um temperamento difícil e viciado pela "adrenalina" de sua profissão. Por esses motivos, acaba arriscando de forma desnecessária a vida de seus colegas, consequentemente provocando a ira de muitos. Porém, pela sua dedicação e entrega, vai conquistando seu espaço e despertando crescente respeito de seus companheiros, enquanto o desenrolar dos acontecimentos vai demonstrando que a guerra está muito longe de acabar, diferentemente do que muitos pensam.

Após esta breve sinopse, os mais atentos devem ter notado o grande fator que catapultou o filme ao seu status atual. Obviamente, trata-se de um filme muito competente, com boas atuações e direção corajosa. Porém, nada disso explica seu enorme sucesso. O filme está longe de figurar entre os maiores filmes de guerra da história do cinema, como os consagrados Apocalypse Now de Coppola, Platoon de Oliver Stone, Além da linha vermelha de Terrence Mallick, A Lista de Schindler de Spielberg, e até mesmo o recente Cartas de Iwo Jima de Clint Eastwood. Todos esses filmes trouxeram um olhar diferente e sensivelmente inovador sobre um tema incansávelmente explorado. E o que a obra de Kathryn Bigelow tem a nos acrecentar? Simples: a guerra do Iraque é tratada com a seriedade que exige, mostrando uma faceta desconhecida de boa parte do público da terra do Tio Sam. Apesar do filme ter feito relativo sucesso mundo afora, principalmente na Europa, fica evidente que a preocupação da película é ser enxergado pelo alienado público americano.

O filme não apresenta nenhuma narratória moderna, técnicas de filmagem inovadoras, edição e mixagem de som de tirar o fôlego, ou até mesmo uma direção marcante Algumas vezes, o ritmo do filme torna-se incômodamente lento e, para um filme de guerra, onde a tensão é necessária para o funcionamento da trama, é um problema. Tiro meu chapéu pela coragem de Kathryn Bigelow ter escolhido um tema históricamente dominado por homens e, durante a maior parte das cenas, ela o conduz com talento. O trabalho de Kathryn Bigelow valeu a ela, apenas a quarta cineasta indicada na história da premiação, o primeiro Oscar de direção a uma mulher na história do cinema. A trilha sonora, indicada ao Oscar, é um dos pontos altos do filme, ajudando a criar um clima de desesperança num ambiente totalmente hostil.

Toda obra precisa ser contextualizada. Não seria diferente com "Guerra ao Terror". Apesar de ser um bom filme, não concordo com a exagerada aclamação do longa, pelos motivos já expostos e, sem dúvida alguma, não se trata do melhor filme de 2009, muito menos a melhor direção do ano. Bastardos Inglórios, o grande injustiçado, que o diga.

Fica muito claro para mim que o filme obteve tamanha repercussão por um simples motivo: desejo político. O mesmo filme, sendo lançado na época do governo Bush, jamais teria conseguido alcançar vôos maiores, muito menos nas premiações mais consagradas. Porém, Obama teve como uma de suas grandes promessas de campanha, lutar para retirar progressivamente as tropas americanas do Iraque. Um filme que, como enredo, luta para demonstrar os horrores da guerra no Oriente Médio, não poderia cair no esquecimento. Não agora. E nada melhor para um filme ganhar visibilidade mundial que alguns Oscar no currículo...

Outro questionamento importante sobre o filme é a teoria defendida desde a abertura, "War is a drug”, ou seja, a guerra é uma droga, um entorpecente, algo que vicia mas de certa forma dá prazer, e para aqueles que não conseguem se controlar, pode matar. A frase é de Chris Hedges, jornalista americano, correspondente de guerra, com experiência de coberturas em mais de 50 países. Embora possa explicar o comportamento de certos indivíduos, como é o caso do protagonista do filme, é um raciocínio perigoso, ao querer simplificar os reais motivos pelos quais países como os Estados-Unidos ingressam em guerra após guerra. Motivos políticos e econômicos nunca são mencionados de forma explícita, num filme que, aparentemente, tem o propósito de desmascarar as mentiras que envolvem o conflito. Dessa forma, o filme acabou perdendo a chance de verdadeiramente figurar entre os grandes filmes de guerra de todos os tempos, se tornando pioneiro ao escancarar as reais motivações americanas no Iraque.

Se o filme ajudar, de fato, a estimular a retirada das tropas americanas do Oriente Médio, terá conseguido alcançar uma das nobres promessas de campanha de Barack Obama: Yes We Can!

Nota:7,5
Daniel Hetzel

Kathryn Bigelow recebendo sua estatueta dourada

Sucesso de público e crítica em 2009, a edição de 2010 repete a mesma fórmula do ano passado e contará com atrações internacionais, nacionais e locais.

O evento será realizado nos dias 25, 26 e 27 de março às 22 horas no Sgt. Pepper´s Ponta Negra.
Veja a programação do Natal Blues Festival 2010:

Dia 25/03: Abertura oficial

Mitch Kashmar ( EUA) - Pela primeira vez no Brasil, um dos maiores nomes do blues contemporâneo, o gaitista Mitch Kashmar é considerado um dos grandes cantores de blues da atualidade aliando criatividade e virtuosismo como poucos. Já dividiu o palco com grandes nomes do blues como John Lee Hooker, Big Joe Turner, Lowell Fullson e Stevie Ray Vaughan.

Abertura: The Blue Mountain (RN)

Dia 26/03: 2º dia

Flávio Guimarães ( Blues Etílicos -RJ) - Em mais de vinte anos de carreira, Flávio Guimarães volta a Natal para o lançamento de seu mais novo CD: "The Blues Folows me" um tributo a Little Walter. Com 18 discos em sua biografia, Flávio é o maior expoente do Blues brasileiro e já gravou com artistas dos mais variados estilos como Ed Motta, Titãs, Rita Lee, Gabriel o Pensador e Alceu valença entre outros. Escolhido duas vezes por B.BKing para abrir seus shows no Brasil.

Abertura: Jackblack ( RN)

Dia 27/03: Encerramento do Natal Blues Festival 2010! 3 shows!!!

Danny Vincent (ARG) - O compositor e guitarrista Danny Vincent é considerado um dos mais importantes expoentes do blues na América do sul. Tem tocado nos mais importantes festivais de blues já feitos na América Latina. Já compartilhou o palco com artistas como Robben Ford, Ronie Earl e Robert Cray .

Ted McNeely( MG) & Conexão Nordeste(PB) - Líder da banda Yelow Cab (Tiradentes,MG) o veterano Ted McNeely, 53 anos, 35 de guitarra, junta-se aos melhores músicos de João pessoa para essa apresentação única e exclusiva para o Natal Blues Festival.

Abertura: Mad Dogs (RN)

Senhas e mesas antecipadas a preços promocionais na Pedrassoli Turismo: (84) 3082-8652



Daniel Hetzel

Companhia de dança de Salvador estreia o espetáculo "Desejo Fatiado" na Casa da Ribeira


Dias 10 e 11 de abril a Casa da Ribeira recebe o espetáculo “Desejo Fatiado”, da Companhia João Perene, de Salvador/BA. Os ingressos podem ser adquiridos no local ao preço de R$ 10 inteira e R$ 5 estudante.

Vencedor do Prêmio Circulação FUNCEB 2009, “Desejo Fatiado” tem em seu elenco importantes bailarinos da capital baiana, como Marcley Oliveira, Márcio Fidelis, Bárbara Santana, João Perene, Dejalmir Mello e a convidada Edith Meric. Com direção, coreografia e figurino de João Perene, o espetáculo conta ainda com a participação de Gerard Laffuste na iluminação e Márcio Mello na trilha sonora.

E para marcar a passagem pelas capitais onde se apresenta, a Companhia João Perene realiza oficinas de dança com os bailarinos da cidade, fortalecendo o intercâmbio cultural entre os estados. Aqui em Natal, as oficinas acontecem dias 08 e 09, das 10h às 12h, na Escola Municipal de Ballet Professor Roosevelt Pimenta. Após as apresentações na capital potiguar, "Desejo Fatiado" segue em turnê pelas demais capitais brasileiras.

Informações: Cris Simon 8868 7137


Daniel Hetzel





A DC é muito interessante. Consegue fazer séries fantásticas, como "Legião de 03 Mundos" ou até mesmo a série "Grandes Astros", mas também consegue sair com umas que não dá para ler. Sério, não dá mesmo!

Como fã declarado da DC, (gosto da Marvel claro, mas tenho gosto bem peculiar pela DC) talvez por ter crescido vendo os Filmes do Superman e os de Batman (com Michael Keaton, óbvio), sempre leio todas as séries novas e mantenho minha coleção Up-to-date. Com isso, não poderia deixar de ler a última grande saga “Crise Final”. Esta saga vinha para fechar o arco aberto lá atrás por “Crise nas Multiplas terras”, passando por “Crise nas infinitas terras”, “Zero Hora” e “Crise Infinita”. Segue um pequeno brief sobre cada uma destas sagas para inteirar vocês sobre o assunto:

Crise nas Múltiplas terras: A liga da justiça (terra-1) e a sociedade da justiça (terra-2) se juntam para lutar contra uma ameaça. É a partir dessa história que as viagens entre as dimensões tornam-se mais constantes e a cooperação entre as duas equipes também. Outras terras são descobertas depois, como a terra-x e a terra primordial (que seria a nossa).


Crise nas infinitas terras: Essa foi a saga mais famosa. Publicada em 1986, essa série juntou todas as terra para lutarem contra o anti-monitor, que com sua energia vinda do universo negativo, queria destruir o universo e recriá-lo ao seu modo. Todas as terras foram destruídas e, depois do novo “BigBang”, só sobrou uma terra, que se tornaria uma amálgama de quase todas as terras extintas. Porém, algumas foram totalmente destruídas, como a Terra 4, Terra S, a Terra X e a Terra Primordial. Alguns personagens que pertenciam a estas terras e lutaram na batalha final ficaram presos em um micro-verso criado por Alexsander Luthor, um Luthor de boa índole oriundo da terra-03. É nessa saga que o flash Barry Allen morre e a Supergirl original também.



Zero Hora: Diferente da anterior, que foi uma crise baseada no espaço, "Zero hora" foi baseada no tempo, onde um revoltado e possuído Hal Jordan (O mais famoso dos Lanternas Verdes), agora como a entidade Paralax, quer apagar qualquer rastro de tempo cronológico. Essa foi uma excelente saga, muito bem escrita e com uma excelente continuidade. No final, ele é derrotado pelos heróis, que fazem quase tudo voltar ao normal.

Crise Infinita: Os personagens presos no micro-verso criado por Alexsander Luthor ( o Superman da terra 02, o próprio Alex e o Superboy primordial) se revoltam, por haver cedido suas vidas para que os heróis da terra 01 pudessem tornar o universo um lugar melhor. Mas isso não vinha acontecendo, e eles resolvem voltar e recriar o universo da forma que eles desejam. Depois de muita luta e do superboy primordial matar muita gente, inclusive o Superboy Conner Kent (que era um clone meio superman, meio luthor), o universo é recriado, só que dele são criadas 52 terras paralelas, trazendo o multi-verso de volta. As baixas são o Superman da terra 02 e Wally West (Flash 02), que fica preso na força da aceleração.

Confuso? Garanto que não é só você! Com o final dessa série e o começo da série 52, todos imaginavam que “Crise Final” viria para consertar toda essa bagunça, e nos deixar um universo limpo, sem 52 terras. Pois é, nada disso aconteceu! Foi uma série voltada para a briga entre os Novos deuses (Nova Gênese) e Darkside (Apokolips), no qual este queria o segredo da equação da anti-vida para refazer o universo a sua imagem.


Tirando os fatos que todos os deuses foram mortos, a terra foi tomada por Darkside e muitos morreram, a série tinha até uma boa intenção, mas não para ser o capitulo final das Crises. Para piorar, a série não teve um bom roteiro, os desenhos mudavam de uma edição para a outra, a conexão entre as revistas mensais e a série foi muito mau feita, dentre outros erros.


O grande erro dessa série foi certamente o enredo. Uma edição parecia não ter qualquer conexão com a seguinte, pareciam ser séries distintas. Se o leitor lesse uma edição das revistas mensais, os heróis se encontravam em situações que não tinham nenhuma ligação com o grande evento. Chegando no final da trama, Batman aparentemente morre com um ataque de Darkside, e Superman o derrota usando um som que funciona como contra harmônica, quebrando os efeitos da equação da anti-vida, criado pela máquina dos milagres de Brainiac 5. Ânh??? Pois é, mas ainda tem mais: os monitores são como vampiros cósmicos... Se não tinha como piorar, eles conseguiram!


Definitivamente, foi uma série que não precisava ter sido escrita, muito menos imaginada por Grant Morrison. Um cara como ele, que já escreveu coisa muito boa como X-men, "Grandes Astros Superman", "Batman RIP" e etc, vem e faz um absurdo sem pé nem cabeça como esse. As crises não mereciam algo desse tipo como o seu capítulo final...


Pelo menos, parece que a DC aprendeu com o erro, e a nova saga "Blackest Night" está indo muito bem!


Nota:
João Daniel

Dias 9 e 10 de abril, a partir das 21h, no TAM, Natal vai poder prestigiar o premiado musical sassaricando - E o Rio inventou a marchinha, uma crônica da vida e dos costumes do Rio de Janeiro, contada e cantada através de canções assinadas por nomes como Noel Rosa, Lamartine Babo, Haroldo Lobo e João de Barro, o Braguinha.

No elenco, veteranos e novatos em musicais como Eduardo Dussek, Inez Viana, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Juliana Diniz e Beatriz Faria, acompanhados ao vivo por músicos regidos pelo maestro Luiz Filipe de Lima. No palco, que remete a um suntuoso baile de carnaval art-déco, ambientado nos anos 40 e 50, os seis atores se revezam em diversos personagens, de acordo com as situações descritas nas músicas, levando o público a passear pelas marchinhas tão conhecidas dos brasileiros. O musical tem ainda projeção de filmes e imagens de época ilustrando a ação. Responsáveis pela direção geral, pesquisa e roteiro, Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral.

O espetáculo tem no currículo os prêmios APTR de melhor produção, direção e iluminação; Prêmio Shell especial de roteiro; Os idealizadores do espetáculo, o jornalista Sérgio Cabral e a historiadora Rosa Maria Araújo venceram o prêmio "Faz Diferença" do jornal O Globo, no campo da música. Rosa foi ainda eleita a Personalidade Cultural do ano pela Veja Rio, também na área musical. E, para fechar com chave de ouro, o musical figurou em sua estréia em todas as listas de melhores do ano.

Daniel Hetzel

O novo filme dirigido por Nora Ephron representa uma evolução em sua carreira, mas ainda longe de atingir o nível que se esperava dela desde o início de sua carreira, quando ainda era apenas uma talentosa roteirista emergente em Hollywood.

Com o roteiro de "Silkwood - o retrato de uma coragem" em 1983, foi indicada para o oscar de melhor roteiro original naquele ano e, menos de uma década depois, dirigiu seu primeiro filme, o mega sucesso Sintonia de amor (Sleepless in Seatle), catapultando a carreira de Tom Hanks e Meg Ryan, astros do filme. Desde então, sempre se esperava aquele "algo mais" em seus próximos filmes, mas muitos foram completos fracassos, como "Michael - anjo e sedutor" e "Bilhete premiado", até o recente "A feiticeira", execrado por público e crítica internacional. Ephron resgatou, inclusive, sua dupla de protagonistas de sucesso em "Mensagem para você", mas nem Tom Hanks e Meg Ryan novamente reunidos foram suficientes para chamar a atenção dos críticos para seu trabalho.

Eis que surge, enfim, Julie & Julia, e aqui vai a dica para qualquer diretor em crise de carreira: basta colocar em seu elenco, uma atriz que atende pelo nome de Meryl Streep. Seria injustiça dizer que o único mérito do filme é a incrível performance de Streep, que interpreta Julia Child, famosa autora de livros de culinária e apresentadora de televisão norte-americana, pioneira em sua época, e responsável por trazer aos americanos a sofisticação do paladar francês. A diretora, desta vez, conseguiu criar uma trama agradável de se ver e pelos personagens carismáticos e bem trabalhados, apesar de serem baseados em personalidades e histórias reais.

Mas, apesar de todo elogio que possa ser feito, com justiça, ao filme e à Ephron, certamente nada disso teria sido possível sem a atuação impecável de Meryl Streep, que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Alguns críticos consideraram seu trabalho mais caricato, mas basta ver algum video da verdadeira Julia Child para se ter uma idéia do quão fielmente idêntica Streep buscou se tornar.

Porém, mesmo com tamanho trunfo nas mãos, o filme não pode ser considerado um grande filme. Desta vez, o roteiro é fraco, não conseguindo prender o interesse do espectador do início ao fim. Além disso, outra enorme problemática do filme é a atuação sofrível da segunda protagonista do filme, Amy Adams, interpretando Julie Powell, uma novaiorquina aspirante a escritora que consegue realizar seu sonho após o estrondoso sucesso de seu blog, cuja temática eram suas tentativas diárias em executar as famosas receitas de Julia Child. Esta última jamais aprovou o uso de seu nome ou de suas receitas para a publicação do livro de experiências de Julie Powell, considerando tal ato como plágio e charlatanismo.

Talvez tenha sido Julia Child, revirando-se em sua cova, que criou um tom tão destoante entre as duas partes do filme: duas histórias completamente independentes, tratando de fatos em tempo e espaço sem o menor elo de comunicação, criando um verdadeiro abismo entre elas. Bon appétit? Somente pelo prazer em ver Streep atuar.

Nota: 6,5
Daniel Hetzel

"A arte já não se explica por si própria, é preciso um texto para tentar ordenar o caos e traduzi-lo ao público". Sou contrário a esse raciocínio perigoso. Cria amarras ao último dos refúgios humanos. Arte não se define por natureza. Por outro lado, a arte contemporânea chegou num estágio em que, pelo menos teoricamente, tudo é arte. Quando tudo é arte, corre-se o risco de nada mais ser arte. Técnica e talento se tornam obsoletos, a esquisitice e a extravagância é o que se fixa como padrão. Istvan Sandorfi é um dos maiores expoentes da pintura figurativa de hoje, explorando o realismo fotográfico e o hiper-realismo com uma técnica invejável. Sua opinião:

“Esse retorno ao figurativo é um retorno às origens, um retorno aos fundamentos da pintura. Para sobreviver, toda atividade necessita pontualmente se renovar bebendo em suas fontes. É uma reação de sobrevivência numa época em que a arte está estrangulada por uma cultura de especulação. A abstração é um desvio da arte figurativa, com o próprio termo "abstração" vindo de "abstrair".

O objetivo é apagar o componente essencial da pintura, que é a representação, deixando a figura de lado para alegadamente poder veicular o espírito do artista. Só que esse espírito não pode ser representado adequadamente se o artista não tem a figura para lhe sugerir algo. Mas é mais fácil ser um bom pintor abstrato que um mau pintor figurativo.

O figurativismo exige rigor, certa humildade e uma grande concentração, características desagradáveis para o pintor tomado pela pretensão. Os pintores verdadeiramente figurativos são raros, e isso se deve sem dúvida a esse interesse ter sido transportado para a fotografia, elevada a arte. Vai haver um desvio para a fotografia abstrata?

A abstração não é uma coisa nova e não é uma invenção contemporânea. Uma paleta é uma pintura abstrata, até um rolo de papel higiênico pode ser pintura abstrata. A única novidade da nossa época é fazer a abstração passar por arte.”

Daniel Hetzel

É fácil responder a pergunta do título deste post, em se tratando do novo filme de Nancy Meyers... A grande maioria dos conhecedores da obra da diretora responderia algo dessa natureza.

Responsável por filmes como O Amor não tira férias, Alguém tem que ceder, Do que as Mulheres gostam e Operação cupido (filme que lançou a carreira da então pequenina Lindsay Lohan), a diretora/roteirista sempre se especializou em comédias românticas, principalmente em tramas que envolviam os eternos conflitos ideológicos entre os sexos. Filmes que geralmente tratam com leveza de nossos dilemas amorosos: assuntos complicados, cotidianos, universais. Simplesmente complicado não poderia ser diferente desta fórmula, porém, ultrapassa suas barreiras.

O filme narra a vida de Jane Adler (vivida por Meryl Streep, sublime ao interpretar as nuances emocionais de seu personagem com sua delicadeza habitual), uma cinquentona divorciada há mais de 10 anos, que aparentemente nunca se recuperou de sua separação com o pai de seus 3 filhos, interpretado por um ótimo Alec Baldwin (nos mostrando definitivamente ter acertado em sua mudança na carreira por uma veia mais cômica). Os dois, inesperadamente, voltam a se envolver, e os tais dilemas começam a pipocar na cabeça da protagonista: Será que ainda existem faíscas entre os dois? Eles mereceriam uma segunda chance? O divórcio foi causado por uma incompatibilidade irreconciliável ou fruto de uma época muito conturbada? Ambos mais maduros e com menos responsabilidades (carreiras estáveis, filhos adultos...), seria tudo diferente? Perguntas, como antes dito, universais. Como se já não bastassem tantos dilemas, eis que surge um terceiro elemento: inicia-se um flerte entre Jane e seu arquiteto, interpretado pelo comediante Steve Martin (tentando fazer um papel sério, sem graça, sendo peça destoante do filme), e as dúvidas aumentam: Com quem a protagonista deve ficar no final? O bonzinho sem graça, também traído pela ex mulher e com um currículo sem falhas morais ou seu ex marido, pais de seus filhos, eterno galanteador, que a traiu 10 anos atrás por uma mulher muito mais nova, mas pedindo com lábia de advogado por uma segunda chance, demonstrando estar profundamente arrependido e disposto a recomeçar? Essa é a premissa central do filme, que perdura até o instante final. Entretanto, o trunfo do filme está em sua imparcialidade. Em nenhum momento sentimos qualquer tipo de influência da diretora em nos fazer torcer por um ou por outro, nos mostrando facetas positivas e negativas de cada um, transformando-os em personagens verdadeiramente humanos.

Diferentemente de seus filmes antecessores, Nancy Meyers consegue mostrar evolução como roteirista e diretora, conduzindo o filme de forma a nunca cair no dramalhão nem em comédia pastelão, sabendo combinar tons cômicos e dramáticos de forma a coexistirem no mesmo plano. Desta vez, o filme inteiro é uma boa mistura dessas sensações, dando uma leveza maior ao espectador, principalmente aquele mais exigente por comédias românticas inteligentes. Abandonando os clichês habituais das comédias românticas, Meyers faz um filme sobre dilemas complicados de forma simples e eficiente. Respondida a pergunta inicial...

Nota: 7,5
Daniel Hetzel
O novo filme de Milla Jovovich (trilogia Resident Evil, Quinto elemento) começa de forma, no mínimo, inusitada: A atriz, falando sob seu nome e não seu personagem, atesta a veracidade da trama, e alerta o público sobre as fortes cenas "reais" que iremos presenciar.

Na cidade de Nome, no Alaska, ocorrem vários casos de insônia, que mais tarde se comprovam serem casos de abdução alienígena. Dra.Tyler, psiquiatra que analisa diversos pacientes com quadro equivalente, inicia um tratamento que consiste em confrontar suas fobias desconhecidas por meio de regressão hipnótica. A partir daí, se inicia uma sequência de suicídio e comportamentos psicóticos desencadeados por puro pânico, e a trama tenta convencer o espectador a veracidade dos acontecimentos mostrando de forma paralela, gravações reais dos mesmos acontecimentos mostrado pelos atores. O maior problema é que esqueceram a principal máxima de toda boa mentira: Soar como verdade.

Em se tratando de um tema como abdução alienígena, explorado à exaustão pela famosa série Arquivo X e por inúmeros outros filmes e seriados, o público mais escolado no assunto precisa de argumentos minimamente convincentes para comprar a idéia. E Contatos de 4º grau é tudo, menos convincente. O filme levantou suspeitas e suscitou investigações, que rapidamente comprovaram a farsa. Não existe nem nunca existiu nenhuma Dra. Abigail Tyler clinicando no Alaska, e os sites sobre suas supostas pesquisas foram todos inventados e colocados no ar pouco tempo antes da estreia do filme, como parte de uma campanha publicitária. E, para piorar, a Universal Pictures, produtora do filme, se recusou a comentar o caso.

Nem é preciso comentar o tiro que o filme deu no próprio pé ao mostrar a total perda de credibilidade da Dra. Tyler, ao admitir suas alucinações quanto à morte do marido e seu semblante completamente psicótico no final do filme. Beira o ridículo quando, já nos letreiros finais, nos informam que NENHUM dos outros personagens do filme (o filho da Dra. Tyler, o xerife da cidade, os policiais envolvidos no incidente, seu colega psiquiatra, o especialista em sumério...), salvo a suposta Dra. Tyler, deu qualquer tipo de declaração à respeito dos acontecimentos do filme.

Interessante notar que, em todas as cenas "reais" filmadas, na hora H, a câmera misteriosamente entra em pane. Por todos esses motivos, o filme causou revolta nos moradores da pequena cidade do Alaska, sob a alegação de terem considerado o filme desrespeitoso. como se tudo isso não bastasse, a tal Dra. Tyler, no filme, se chama Abigail Elizabeth Tyler, iniciais de AET ou, em inglês, “uma E.T”. uma Extra-Terrestre... Alguém sentiu saudades de Arquivo X?

Nota: 1
Daniel Hetzel

Como falar de um filme que é considerado um dos símbolos dos anos 80, e que habita até hoje a imaginação de uma geração inteira, saudosistas por uma boa diversão e muitas gargalhadas? Esse é “Mulher nota 1000” (Wierd Science), filme de 1985 dirigido pelo já saudoso John Hughes, falecido em agosto de 2009.

Para entender a obra, se faz necessário conhecer e entender o criador. O trabalho de Hughes, tanto como diretor quanto como roteirista e produtor, foi extensamente copiada, mas sua assinatura cinematográfica é facilmente perceptível em suas obras. Especialista em comédias teen, subgênero muitas vezes rotulado como “besteirol americano”, Hughes soube explorar como ninguém este nicho, utilizando-se de uma arma básica da sétima arte, mas costumeiramente esquecida pela grande maioria dos seus colegas de trabalho: Um bom roteiro. Roteirista de todos os seus filmes, Hughes sabia que para se fazer uma boa comédia, era importante trabalhar temas originais, principalmente em se tratando de filmes para um público jovem. E nem o maior crítico de seu legado ousaria criticá-lo por falta de originalidade. Mulher nota 1000 é um ótimo exemplo disso.

Apesar da trama central do filme ser a clássica situação de dois nerds fracassados com problemas amorosos e de convívio social e auto-afirmação, a forma que eles tentam solucionar o problema é, no mínimo, inusitada: Criam sua mulher ideal no computador de casa, após uma tempestade à La Frankenstein, uma bela fusão que homenageia a ciência de outrora e a ciência que estava por vir. A partir daí, seguimos as desventuras dos dois jovens atrapalhados, Wyatt e Gary (este último interpretado por Anthony Michael Hall, astro de outros filmes famosos de Hughes) ao lado da belíssima mulher nota 1000 do título, interpretada por Kelly LeBrock, uma modelo de sucesso na vida real que havia se tornado muito conhecida após sua participação no filme A dama de vermelho, com Gene Wilder.

Os detalhes do filme é que o tornam irresistível, mesmo após tantos anos: a cena no bar de blues; o hilário irmão mais velho de Wyatt, interpretado por Bill Paxton antes da fama; o casal de velhinhos tornados em estátuas sorridentes e presos dentro do armário; o papel do clássico brutamontes interpretado por um Robert Downey Jr. muito antes da fama; os vários truques de mágica da “bruxa” nota 1000, e tantas outras situações divertidíssimas que levam este eterno clássico dos anos 80 a ter um local perene em nossa memória.

Nota: 8,0

Daniel Hetzel

Curiosidades: O filme deu origem a uma série de televisão, que foi ao ar entre 1994 e 1997.

Uma característica dos filmes de John Hughes é a apresentação de cenas extras, após os créditos finais. Curiosamente, o filme mulher nota 1000 não possui cenas adicionais, apesar de criarmos tal expectativa, para saber que fim levaram os avós de Wyatt, que foram petrificados e aprisionados dentro do armário...

Outros filmes de John Hughes como Diretor:

Gatinhas e Gatões; Clube dos cinco; Curtindo a vida adoidado; Antes só que mal-acompanhado; Ela vai ter um bebê; Quem vê cara não vê coração; A malandrinha

Outros filmes de John Hughes como Roteirista:

A Garota de Rosa Shocking; Férias Frustradas 1 e 2; Esqueceram de Mim 1 e 2; Beethoven 1 e 2; Denis, o pimentinha; 101 dálmatas


Neste quarto capítulo da famosa franquia de terror americana "Final Destination", a imaginação parece ter chegado ao fim. Desta vez, um jovem americano tem uma premonição durante uma corrida de automóveis, e salva seu grupo de colegas e alguns desconhecidos da tragédia que acomete o local. A sucessão de mortes se inicia logo a seguir para aqueles que enganaram a Morte, mas de forma tão patética e sem graça que não conseguiria convencer a uma criança de 10 anos.

O sucesso de seus predecessores consistia em uma boa mistura de humor e efeitos especiais, divertindo o espectador que tentava adivinhar qual novo malabarismo fatal iria presenciar na telona. Porém, mesmo neste estilo de filme acéfalo, é necessário um mínimo de coerência e, claro, bons efeitos especiais para compensar a total falta de roteiro e de boas atuações. Premonição 4 não possui nenhuma destas exigências mínimas, e frustra não apenas os seguidores da série como qualquer pessoa que consiga diferenciar um filme de puro entretenimento com lixo Hollywoodiano. Porém, o filme foi lançado em muitos cinemas no formato 3D e, embalado com o mega sucesso de Avatar, o público, ávido por qualquer filme neste formato, compareceu em massa aos cinemas, se tornando o maior sucesso da franquia até hoje.

Os produtores, que tinham o intuito de encerrar a saga com este filme, por isso o nome em inglês "The" Final Destination ( O destino final), já acenam com a possibilidade de nos agraciar com um quinto capítulo. É esperar para ver, com mórbida curiosidade, até onde eles conseguem chegar...
Nota: 3,0
Daniel Hetzel
Olá, incansáveis mentes criativas do meu Brasil! Este blog se destinará a uma ampla análise artística, promovendo discussões, debates e opiniões sobre diversos temas, passando por críticas de filmes, livros, obras musicais, pinturas, quadrinhos, enfim, tudo que possa ser considerado uma forma de expressão artística. A própria noção de arte é muito ampla, portanto fiquem à vontade para postar sobre o que acharem interessante. Tentaremos ajudar a promover novos artistas, não apenas da nossa terrinha, mas do mundo todo, já que existem mentes e obras brilhantes mundo afora sem que haja o devido reconhecimento. O objetivo maior é simples: Possibilitar o contato entre pessoas amantes da boa arte, ampliando nossos horizontes ao beber de novas fontes! BEM VINDOS!

Daniel Hetzel