Neste domingo, dia 25 de abril, o grupo carioca Matanza se apresenta no Galpão 29, na Ribeira, às 16h. A banda mistura diversos elementos do Country, Folk e Bluegrass com Rock'n Roll e Hardcore. As letras, na maioria das vezes bem humoradas, falam sobre bebida, mulher e violência, um clima meio "Sin City". Possuem um clima de Velho Oeste Americano. A imprensa batizou o estilo criado pela banda de Country Core, termo mais tarde adotado pela banda.

Os membros da banda são admiradores de Johnny Cash e, em 2005, gravaram um álbum de versões para músicas da fase inicial de sua carreira (1995 a 1998), batizado como "To Hell with Johnny Cash". No penúltimo álbum, "A Arte do Insulto", o Matanza explora diversos elementos da música tradicional irlandesa, adicionando generosa influência de Slayer e Motorhead. No final de 2008, o guitarrista Donida deixa os palcos para continuar apenas como compositor da banda e quem assume o posto é Maurício Nogueira, ex-Torture Squad.

Vendas antecipadas no Chilli Beans do Midway Mall e Natal Shopping. R$15 antecipado, R$20 na hora, R$25 camarote.
Em "A Fita Branca" ( Das Weisse Band), novo filme do diretor austríaco Michael Haneke, é daqueles filmes impossíveis de ficar indiferente. Logo no início do filme, o narrador avisa: "Os eventos que se passaram ali, naquele vilarejo, no início do século, são de extrema importância para se compreender os eventos dramáticos que aconteceriam na Alemanha, décadas depois".Ficam logo claras as intenções do diretor em debater sobre as origens do nazismo. É exatamente aí que mora o grande perigo do filme...
Estranhos fatos vão se sucedendo numa pacata aldeia protestante no Norte de uma Alemanha pré-primeira guerra. A violência, tema recorrente dos filmes de Haneke, desta vez é muito mais psicológica, sendo muito mais aterrorizante a frieza coletiva ou o silêncio perturbador com que lidam certos personagens perante seus terríveis segredos. A fotografia em preto e branco que permeia todo o filme é fundamental para se criar este clima cru e agressivo. O uso da fita branca, significado de pureza, é utilizado por duas crianças afim de lembrá-los constantemente de seus pecados. Esta marca simbólica é fundamental para a trama, pois o uso das fitas não é fruto do acaso, servindo como antevisão da estrela de David usada pelos judeus durante boa parte do Terceiro Reich. Outro elemento importante que nos remete ao horror do Nazismo é o desprezo pelos deficientes físicos por parte dos habitantes da aldeia, terminando por ter seus olhos furados. Sabe-se, historicamente, que milhares de deficientes mentais alemães foram assassinados com o intuito de eliminar os incapazes da sociedade alemã. Este fato foi considerado um prelúdio do que aconteceria aos judeus na segunda guerra.
O grande defeito do filme é, ao mesmo tempo, enxergado por outros como sua grande qualidade: o roteiro. Do meu ponto de vista, o argumento utilizado pelo diretor é muito simplista. Ele peca ao tentar fazer uma análise profunda da origem do Holocausto, buscando suas raízes num sistema autoritário e altamente hierárquico da sociedade alemã do início do século passado. Haneke busca as raízes do nazismo num sistema quase feudal, altamente patriarcal e moralmente falida e, desta forma, acaba simplificando muito a discussão de temas muito mais interessantes ao centralizar seu argumento na Alemanha. Obviamente, sociedades que funcionaram e funcionam até hoje sob esses moldes não ficam restritas à Alemanha. O que nos faria pensar que o autoritarismo patriarcal na Alemanha era mais intenso do que em outros países Europeus, para se restringir "apenas" ao velho continente? Sabe-se que o antisemitismo era muito mais forte na França e na Rússia, maiores apostas dos estudiosos da época para se explodir o Holocausto.
A tese defendida pelo diretor Haneke germaniza o Holocausto, particularizando a tragédia. Considero um erro grave esquecer do caráter mundial desse acontecimento, abraçado por várias culturas, inclusive a Áustria, país de origem do diretor, que recebeu os nazistas com flores. Existe um trabalho publicado pelo famoso sociólogo Zygmunt Bauman, publicado em 1989, que rejeita essa germanização do Holocausto. Em suas palavras: "O Holocausto nasceu e foi executado na nossa sociedade moderna e racional, em nosso alto estágio de civilização e no auge do desenvolvimento cultural humano e, por essa razão, é um problema dessa sociedade." Tratar do Holocausto como uma questão de patologia psicológica em massa e exclusivamente alemã seria ignorar a incômoda verdade de que o holocausto é um símbolo do fracasso da modernidade. O Holocausto, repito, foi uma tragédia planetária, e germanizá-lo seria uma cegueira perigosa.
Infelizmente, o diretor perdeu uma grande chance de debater um tema muito mais profundo e igualmente universal: a origem do mal. Muitas vezes, os crimes não vem acompanhados de pistas à la Sherlock Holmes, e o horror pode vir escondido no rosto anjelical de uma criança. Todos os elementos estão lá. Se não fossem as palavras claras do narrador, poderíamos ter interpretado a obra de forma bem mais ousada e interessante.
Lembrando que o filme foi indicado ao Oscar de melhor filme Estrangeiro de 2010 e ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2009. Evidentemente, não concordo com a glorificação exagerada ao filme, pelos motivos já expostos. Mas, como se trata de um filme polêmico, o debate está aberto!

Nota: 6,0
Daniel Hetzel

Peça fala da relação entre criminoso, psiquiatra e mãe da vítima

Contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, Anatomia Frozen, da Cia. Paulista Razões Inversas, os mesmos do premiado espetáculo Agreste, está de passagem por Natal para apresentação única nesta terça-feira dia 20 de abril, a partir das 20h, na Casa da Ribeira. A entrada custa R$ 10 inteira e R$ 5 estudante.

A peça, uma adaptação de Frozen, texto da autora inglesa Bryony Lavery, apresenta ao público o funcionamento de uma mente criminosa por meio das três figuras que compõe o espetáculo: um pedófilo e assassino em série, uma psiquiatra e a mãe de uma das vítimas. E é o desaparecimento da garota Nina que coloca em foco a vida dos três personagens, dissecados pela encenação em um ambiente asséptico, cirúrgico, no qual pode-se observar a anatomia da violência e da psicopatia social. No palco Paulo Marcello e Joca Andreazza vivem o drama que envolve esse tipo de crime. Responsável pela encenação está o premiado Marcio Aurelio.

Anatomia Frozen estreou em 11/06/2009 dentro do projeto Vitrine Cultural e cumpre temporada regular em São Paulo , alcançando o reconhecimento por parte da crítica especializada, prêmios e o sucesso de público.

Serviço
Cia. Razões Inversas no espetáculo Anatomia Frozen
Terça, 20/04 às 20h na Casa da Ribeira
Entrada R$ 10 inteira e R$ 5 estudante
Classificação: 14 anos
Infos.: 8868 7137

Ficha Técnica
Texto Bryony Lavery
Encenação Marcio Aurélio

Com Joça Andreazza e Paulo Marcello
Tradução Rachel Ripani
Adaptação Cia. Razões Inversas
Assistente de direção Lígia Pereira
Iluminação, cenário e trilha sonora Marcio Aurélio
Voz off Odilon Wagner
Operação de som e luz André Leme
Projeto Gráfico Pedro Penafiel
Consultoria de Psiquiatria Drª Paula Orsi
Cabelo Narciso RodriguesFotos Tati Cardoso
Produção Executiva Odara Carvalho
Produção local Cristina Simon e Luciano Dantas
Iniciativa Rachel Ripani
Realização Razões Inversas Marketing Cultural em associação a Rachel Ripani Produções

Prêmios
Prêmio APCA – melhor diretor
Prêmio CPT –melhor elenco
Indicado Prêmio Shell – melhor diretor

Indicado Prêmio CPT – melhor diretor



A irreverência e inovação do pernambucano Lula Queiroga e o rock autoral da banda pessoense Anonimato movimentam o Ponto de Cem Réis, na noite da próxima sexta-feira (16), a partir das 18h. As duas atrações fazem parte da programação do projeto 'Som das 6', uma ação cultural desenvolvida pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP), através da sua Fundação Cultural (Funjope). O projeto teve inicio na última sexta-feira (9), com apresentações das bandas 'Chico Correa e Eletronic Band' e 'Nação Zumbi'.

'Tem Juízo mas não usa' – O cantor e compositor Lula Queiroga é reconhecido pela crítica especializada como um dos mais inovadores artistas da música brasileira atual. No show de sexta-feira, o artista vai fazer um passeio pela carreira, além de apresentar as composições do seu terceiro álbum solo, intitulado 'Tem juízo mas não usa' lançado em abril de 2009. Queiroga segue conquistando público e crítica com sua ousada mistura de ritmos modernos e tradicionais, a exemplo do rock, samba, ciranda e programações eletrônicas. Esse terceiro álbum solo tem produção de Lula e Yuri Queiroga, lembrando que a dupla, ao lado de Tostão Queiroga (irmão de Lula, baterista e produtor), conquistou o Grammy Latino 2008 com a produção do álbum 'Qual o assunto que mais lhe interessa', de Elba Ramalho.

Sobre o músico - Lula Queiroga declara-se um artista independente, livre de pressão mercadológica o que lhe possibilita lapidar sua obra e elaborar o que gosta de chamar de 'paisagens sonoras'. Suas contribuições à música não param, principalmente nas vozes de outros artistas como Lenine, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Ana Carolina, Pedro Luís e a 'Parede' e Roberta Sá.

Em 1983, através de uma parceria dele com Lenine lançam 'Baque Solto', o álbum de estreia de ambos e um dos primeiros registros de tentativa de unir rock e música nordestina. Com o primeiro disco solo, 'Aboiando a Vaca Mecânica' (2001), o artista recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de "Melhor Compositor Popular" e o "Prêmio Globonews de Disco" do Ano. O segundo álbum, 'Azul Invisível Vermelho Cruel' (2004), rendeu o prêmio Unesco de Fomento às Artes, no V Mercado Cultural de Salvador, segmento música. Este mesmo álbum foi incluído na lista do crítico francês Jacques Denis entre os 10 melhores discos do mundo produzidos naquele ano.

Atração local - Outra grande atração da segunda edição do projeto 'Som das 6', é a banda de hard rock progressivo 'Anonimato'. Formada em João Pessoa pelos músicos Emanuel Américo (vocal e guitarra), André Fêlgorrêia (guitarra), Danilo de Oliveira (baixo) e Carlos Vidal (Bateria), a 'Anonimato' surgiu em janeiro de 2006 e apesar do pouco tempo de trajetória, já é considerada uma das principais bandas de rock autoral da cena local.

No show a banda faz um pré-lançamento do primeiro CD, intitulado 'Mundo Obscuro', embalando o público com composições como 'No Quarto', 'Enigma' e 'Mundo Obscuro'.

O músico Emanuel Américo fala da sua expectativa em participar do 'Som das 6'. "Participar deste novo projeto desenvolvido pela Funjope, que é o Som das 6, é de grande importância para a banda, uma vez que além de divulgar seu trabalho para o público local, o grupo estará dividindo o palco nesta noite, com um grande nome da cena musical brasileira, que é o músico Lula Queiroga".

Alicia Truffaut


O país terá em abril a última chance de ver ao vivo o Simply Red.

A banda inglesa, que já vendeu mais de 50 milhões de cópias no mundo em 26 anos de carreira, apresenta a “Farewell Tour” em quatro capitais brasileiras.

Com realização da TIME FOR FUN, os shows ocorrem em Recife (16/04, no Chevrolet Hall), São Paulo (20/04, no Credicard Hall), Belo Horizonte (21/04, no Chevrolet Hall), Rio de Janeiro (23/04, no Citibank Hall/RJ) e prometem grandes sucessos, como “Stars”, “Holding Back the Years”, “If You Don´t Know Me By Now” e “For You Babies”.

A primeira visita do Simply Red na América Latina ocorreu em 1988, no festival Hollywood Rock (São Paulo). Em 1993, a banda retornou ao país para se apresentar na quarta edição do mesmo festival. A recepção dos brasileiros fez com que o Simply Red retornasse em diversas outras oportunidades, sendo a última em março de 2009. “Eu amo a energia da América Latina, as pessoas são muito receptivas e a conexão que sinto com o público é inacreditável. Foi lá que fiz alguns dos shows com maior público, fiz videoclipes e até passei férias. Sempre será uma região muito especial pra mim. Eu olho pra toda a nossa história, para esses shows e vejo uma oportunidade de dizer adeus para nossos fãs da América Latina – que sempre nos apoiaram”, afirma o vocalista Mick Hucknall.

Integrantes do Simply Red
Mick Hucknall – vocais
Ian Kirkham – teclados e saxophone
Kenji Suzuki – guitarra
Dave Clayton – teclados
Pete Lewinson – bateria
Steve Lewinson – baixo
Kevin Robinson – trompete e flauta
Sarah Brown – backing vocal
Dee Johnson – backing vocal

Álbuns
1985 – Picture Book
1987 – Men and Women
1989 – A New Flame
1991 – Stars
1995 – Life
1996 – Greatest Hits
1998 – Blue
1999 – Love and the Russian Winter
2000 – It´s Only Love
2003 – Home
2005 – Simplified
2007 – Stay
2008 – The Greatest Hits 25

Sobre Simply Red

Mick Hucknall comemorou 25 anos da fundação do Simply Red em 2009. A banda surgiu em Manchester em 1984 após a era punk e estourou depois de um ano nas paradas inglesas. A formação original da banda era composta por Mick Hucknall (vocais), Tony Bowers (Baixo), Chris Joyce (bateria), Dave Fryman (guitarra), Fritz McIntyre (teclado e vocais) e Tim Kellet (trompa). Os seis músicos se tornaram populares na noite inglesa e chamaram a atenção de olheiros de gravadoras que buscavam novos talentos. Os executivos britânicos do selo americano Elektra foram persistentes e o Simply Red assinou acordo com uma grande gravadora. Depois de seis meses, a banda estava em estúdio com o produtor americano Stewart Levine.

Nesse ponto, a banda teve sua primeira mudança na formação. Sylvan Richardson substituiu o guitarrista Dave Fryman durante a produção do primeiro álbum do Simply Red, o “Picture Book” (1985). A música “Money’s Too Tight (Too Mention)” atingiu o segundo lugar no TOP 20. Enquanto outras quatro faixas emplacaram no ranking inglês em colocações de menor destaque, o álbum “Picture Book” entrou no Top 20 americano e o single “Holding Back The Years” atingiu o topo das paradas americanas em julho de 1986. A canção também foi relançada no Reino Unido e chegou ao segundo lugar das paradas – seis meses antes, obteve a 51° posição.

O segundo álbum da banda, “Men And Women” (1987) foi produzido por Alex Sadkin. A banda também recebeu dois novos integrantes: o trompista Ian Kirkham e a cantora Janette Sewell. Um novo time de compositores também surgiu quando Hucknall passou a dividir os créditos das canções com Lamont Dozier, uma das lendas da Motown. Hucknall também interpretou clássicos de Cole Porter (Ev’ry Time We Say Goodbye) e de Bunny Wailer e Sylvester Stewart, lendas do reggae.

Com quatro singles nas paradas, “Men And Women” foi o segundo álbum do Simply Red e também alcançou o segundo lugar nos rankings. A banda fez grandes turnês pelo Reino Unido, Europa e Estados Unidos. O sucesso também levou o grupo a tocar pela primeira vez na Austrália, na Nova Zelândia e no Japão. Em 1987, o Simply Red passou cerca de nove meses em turnê e fez 120 shows.

Em 1989, o álbum “A New Flame” foi lançado com o guitarrista brasileiro Heitor T.P. O terceiro álbum do Simply Red foi o primeiro trabalho a atingir o topo das paradas britânicas. A versão do clássico do soul “If You Don’t Know Me By Now” (Kenny Gamble/Leon Huff) conseguiu a segunda posição. Já nos Estados Unidos, o single atingiu o primeiro lugar. “A New Flame” vendeu mais de um milhão de cópias no Reino Unido e mais 6 milhões em todo o mundo. A banda passou a se apresentar em grandes arenas, incluindo o show realizado para 60 mil pessoas em São Paulo. Entre outubro de 1988 e março de 1990, o Simply Red fez 140 shows em todo o mundo. Na estrada, Hucknall compunha o quarto álbum.

“Stars” (1991) teve oito canções compostas por Hucknall e outras duas por Hucknall e McIntyre (teclado e vocais). O álbum foi produzido novamente por Levine e registrou a entrada do baixista Shaun Ward e do percussionista Gota. “Something Got Me Started”, “Stars” e “For Your Babies” emplacaram no Top 20. O álbum vendeu 700 mil cópias nos Estados Unidos, 4 milhões no Reino Unido e 8 milhões em todo o globo. “Stars” liderou as paradas inglesas de álbuns em cinco ocasiões diferentes, num total de 12 semanas – ficando 134 semanas nos rankings. Ele também foi o álbum mais vendido em 1991 e 1992 no Reino Unido, recebeu o prêmio “Best Álbum” do “BRIT Awards” e do “World Music Awards”. A turnê do disco levou a banda pela primeira vez para países como Israel, Grécia, Singapura – tendo um público de 1,5 milhões de pessoas.

Somente depois de quatro anos, o Simply Red lançaria um novo álbum. Nesse meio tempo, a banda lançou a gravação de sua apresentação no Montreux Jazz Festival em 1992. “Life” (1995) se tornou o terceiro álbum sucessivo do grupo a entrar nas paradas e mostrava uma mudança na formação da banda com a saída de Kellet (trompa) e Ward (baixo), e a participação no estúdio de três estrelas do reggae: Sly Dunbar, Robbie Shakepeare e Bootsy. A música “Fairground” e “We’re In This Together” (canção tema da Eurocopa de 96) figuraram nas paradas inglesas. Para a turnê entre 1995 e 1996, foram chamados o baixista Steve Lewinson e a cantora Sarah Brown.

Apesar da resistência inicial de Hucknall, Simply Red lançou “Greatest Hits” em 1996. A coleção de 15 músicas também trouxe a canção inédita “Angel” com a participação da banda americana “Fugees” e atingiu o Top 5.

A formação do Simply Red estava totalmente modificada no álbum “Blue” (1998) que estourou com singles como “Say You Love Me” e “The Air That I Breathe”. McIntyre (teclado e vocais) e Heitor (guitarras) saíram da banda, Gota co-produziu o álbum com Wright e Hucknall – formando o trio AGM (Andy Right, Gota Yashiki e Mick Hucknall). O Simply Red fez apenas três apresentações em 1998, todas em Londres (Inglaterra). No ano seguinte, a banda fez uma turnê pela África do Sul, pela Europa e pela América Latina.

O álbum “Love and Russian Winter” (1999) foi o último trabalho lançado por meio da gravadora Warner Music e pelo selo East West Records, para o qual a banda mudou em 1991. O trabalho teve duas músicas nas paradas.

Hucknall e seus empresários, Andy Dodd e Ian Grenfell, criaram a marca simplyred.com em 2002. O modelo de negócio gerencia as gravações, turnês e outras atividades de uma banda que coleciona mais de 130 discos de platina e ouro em todo o mundo.

“Home” (2003) foi o primeiro disco lançado pelo simplyred.com e figurou no segundo lugar dos rankings ingleses. “Sunrise” e “You Make Me Feel Brand New” foram dois dos quatro hits que conquistaram lugares nas paradas. O sucesso de “Home” foi tanto que se tornou o álbum independente mais vendido da historia.

Apesar do grande sucesso, Hucknall continuou buscando novos desafios para a banda formada por 11 músicos. Em 2005, o Simply Red lançou “Simplified” – álbum acústico com influências latinas e que utilizou o estúdio da casa de Hucknall. O trabalho gerou uma temporada no Albert Hall, localizado em Londres (Inglaterra), e uma turnê pela Europa. O álbum chegou a figurar no TOP 3 do Reino Unido e a canção “Perfect Love” ficou no TOP 10 Europa. Antes do Simply Red retornar ao estúdio para gravar “Stay” (2007), a banda lançou dois singles “Something Got Me Started” e “A Song For You” – canções que integravam “Simplified”.

O álbum “Stay” (2007) foi lançado e o Simply Red iniciou apresentações pelo Reino Unido, Europa, Austrália e Canadá. O décimo álbum de estúdio teve 10 canções no TOP 10. Entre as canções estão Lady, primeira composição de Hucknall e Jools Holland, e um cover de “Debris”, de Ronnie Lane.

Em 2008, Hucknall faz sua estréia como artista solo com um álbum de tributo a Bobbly Bland, cantor de soul, e fez algumas apresentações intituladas de “Tribute to Bob”. Apesar disso, o vocalista continuava a frente do Simply Red e apresentava-se com a banda pelo Reino Unido e por toda a Europa.

Em cerca de três décadas de carreira, o Simply Red lançou 11 álbuns de estúdio. A banda teve mais de 30 canções no TOP 40 do Reino Unido e teve duas canções no topo das paradas dos Estados Unidos. “Stars” (1991) foi o álbum mais vendido no Reino Unido por dois anos consecutivos. O Simply Red também ganhou diversos prêmios como três “BRIT Awards”, dois “Ivor Novellos Awards” e um “Mobo Special Achievement”. A banda já fez mais de mil apresentações para cerca de 10 milhões de pessoas.


Simply Red em sua turnê mundial de despedida


De vez em quando, filmes ambientados num mundo pós-apocaliptico voltam à tona. Alguns (leia-se poucos), interessados em promover a reflexão sobre os perigos da vida moderna e a falta de preocupação necessária com o meio ambiente. Outros (a imensa maioria), preocupados unicamente em rechear ainda mais os cofres das grandes produtoras Hollywoodianas. Este é o caso dos dois últimos filmes do gênero, recém-lançados nas telonas. Em nenhuma das duas produções, existe qualquer tipo de explicação clara sobre o motivo de tal destino cruel que se abateu sobre a Terra, apenas menções rápidas e vagas sobre o acontecido. Torna-se impossível, desta forma, debater qualquer assunto relevante que tenha provocado tamanha atrocidade. Apesar do pano de fundo similar, existem diferenças consideráveis entre os dois filmes.



O livro de Eli (The Book of Eli), apesar de não ter nenhum propósito reflexivo, pode ser considerado um bom filme de ação, contendo boas cenas de luta, ótima fotografia e uma direção ágil e eficiente, com sequências rápidas que funcionam se for visto sob a ótica de puro entretenimento. O elenco é o grande trunfo do filme, com Denzel Washington interpretando o papel do andarilho predestinado a salvar a humanidade de sua própria bestialidade, graças ao seu misterioso livro e suas visões divinas, dignas do livro Gênesis do Antigo Testamento. Cabe a Gary Oldman (ótimo como sempre!) fazer o papel do vilão, um tipo de xerife corrupto de uma pequena vila de sobreviventes no meio do nada, que persegue o heróico andarilho com o intuito de colocar as mãos no livro sagrado, afim de "domesticar" a população de uma vez por todas.


Interessante polêmica, certamente não proposital: Seriam as escrituras uma forma de "domesticar" as massas, utilizadas por regimes autoritários/ditatoriais? O final do filme, ao mesmo tempo surpreendente, torna-se incômodo aos não-cristãos, pois revela-se claramente a maior intenção do filme: pregação religiosa. Ou melhor, pregação judaico-cristã. Em nenhum momento, se menciona outra religião importante, deixando a clara mensagem que a única forma de salvar a humanidade do caos absoluto é o caminho do Cristianismo. Não é por acaso que o personagem de Eli persegue o objetivo de sempre trilhar seu caminho voltado para o Oeste, já que toda a civilização ocidental é enraizada em preceitos judaico-cristãos. Enfim, filme polêmico, alvo de debates mas, inegavelmente, um eficiente filme de ação.





A paisagem árida pós-apocalíptica em "O livro de Eli"




Já o filme "A Estrada" (The Road), estrelado por Viggo Mortensen, o eterno Aragorn da trilogia Senhor dos Anéis, e dirigido por John Hillcoat, é possivelmente uma das maiores decepções recentes do cinema Americano. O filme é uma adaptação ao cinema do premiado romance de Cormac McCarthy (autor dos livros que deram origem a "Espírito Selvagem" e "Onde os fracos não têm vez"), vencedor do prêmio Pulitzer de 2007, maior honraria da literatura após o prêmio Nobel. "A Estrada" representa uma mudança surpreendente na ficção de Cormac McCarthy e talvez seja sua obra-prima. Desnecessário dizer que havia uma enorme expectativa quanto ao filme. Mas, infelizmente, todo o peso dramático existente no livro desaparece do filme.

A profunda relação entre pai e filho vira secundário, num filme que lembra "A vida é bela", por tratar de um tema de tamanha crueza e seriedade como se fosse algo passageiro e passível de eufemismos. Grandes atores, como Robert Duvall, Guy Pearce e a bela Charlize Theron, fazem papéis secundários no filme, mas Duvall é o único que consegue deixar seu brilho por onde passa. Viggo Mortensen parece completamente perdido em seu papel, presumivelmente incapaz de fazer a transposição das características dramáticas de seu personagem do livro para a película.

Obviamente, a direção peca em quase todos os sentidos: falta ritmo, veracidade, congruência à trama. A fotografia, trunfo da maioria dos filmes do gênero, passa despercebida. A esperança, retratada de forma comovente no livro, beira o dramalhão no filme, com frases clichês e piegas. Caso consigam chegar até o final, preparem-se... É quase uma punhalada no coração, de tão inverossímel que é a conclusão...


Daniel Hetzel

O Livro de Eli: 7,0

A Estrada: 4,0



Paisagem apocalíptica em "A Estrada"



Num processo de seleção da Volkswaggen, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: “Você tem experiência?” A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele com certeza será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia e, acima de tudo, por sua alma.



REDAÇÃO VENCEDORA:

Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar. Já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto. Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro. Já me cortei fazendo a barba apressado. Já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrela. Já subi em árvore pra roubar fruta. Já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas. Já escrevi no muro da escola. Já chorei sentado no chão do banheiro. Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando. Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado. Já me joguei na piscina sem vontade de voltar. Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios. Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro. Já tremi de nervoso. Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua. Já gritei de felicidade. Já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um “para sempre” pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol. Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: “Qual sua experiência?”. Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência… experiência… Será que ser “plantador de sorrisos” é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo momento, tudo se renova…?

Educação (An Education) é um filme que exemplifica perfeitamente o quão importante é, para o produto final, uma direção competente e sensível. O roteiro do filme, baseado no livro de memórias de Lynn Barber e adaptado para o cinema pelo roteirista inglês Nick Hornby (Alta Fidelidade), fala sobre os conflitos existenciais da jovem Jenny, de apenas 16 anos. À medida que se envolve com um homem mais velho e bon vivant (interpretado pelo ótimo Peter Sarsgaard), que clama por um estilo de vida "Carpe Diem" e reverencia a "faculdade da vida" ao invés da educação tradicional, com seus livros empoeirados e olheiras, Jenny vai questionando seus valores antigos, pré-moldados por um pai autoritário (interpretado pelo sempre competente Alfred Molina), mas não muito convincente.


Parece familiar? O tema acima, que visa analisar esses conflitos internos, tão comuns na adolescência, mais ainda entre garotas que, muitas vezes, largam os estudos para se dedicarem ao sonho matrimonial, já foi abordado em outros filmes, como "O Sorriso de Monalisa",porém, sem o mesmo brilho e ternura. A narrativa é construída de tal forma que, mesmo tratando de um assunto que toca mais a alma feminina, termina por criar uma empatia muito forte do espectador com a personagem de Jenny, conseguindo abordar o tema de um modo universalmente compreensível e tocante.


Apesar da belíssima direção da Dinamarquesa Lone Scherfig, o brilho maior do longa fica à cargo da interpretação arrebatadora de Carey Mulligan, interpretando Jenny, personagem aproximadamente 10 anos mais nova que a atriz. Carey possui uma força interpretativa muito acima do usual, conseguindo demonstrar todas as nuances necessárias de seu personagem confuso e permanentemente conflitante. É, sem dúvida alguma, a melhor interpretação dentre as indicadas ao Oscar de melhor atriz principal deste ano.


A última vez em que vi tão grande talento feminino surgir nas telonas, foi ao ver Natalie Portman no filme "Closer - Perto demais". Aguardarei ansiosamente os futuros trabalhos de Carey Mulligan para comprovar - ou não - minha aposta...


O filme recebeu três indicações ao Oscar 2010: Melhor Filme, Melhor Atriz (Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado, mas não venceu em nenhuma categoria. Foi eleito Melhor Filme (Escolha do Público) na Competição Internacional do Festival de Sundance de 2009.
Nota: 8,0
Daniel Hetzel

Carey Mulligan atuando ao lado da consagrada atriz Emma Thompson, definido como um dos pontos mais altos de sua curta carreira

Jenny visitando sua tão sonhada Paris