Quem foi Syd Barrett? Muitos desconhecem esse nome nos dias atuais, mas o post de hoje é uma homenagem a esse importante personagem da música internacional, ídolo de muitos e um mistério para todos.
Syd Barrett foi um dos membros fundadores do grupo do Pink Floyd no ano de 1965. Bastaria este fato para seu nome entrar para os livros de história. Mas Syd foi muito maior e influente para o mundo do rock do que imaginam. Ele era o líder e o artista mais talentoso entre os Floyds originais, acumulando as funções de principal compositor, cantor e guitarrista. O primeiro álbum do grupo, "The Piper at the Gates of Dawn", foi inteiramente composto por Barrett, e é notavelmente distinto dos próximos trabalhos da banda. E a explicação é simples e triste: Syd Barret se despediu do Pink Floyd depois do segundo álbum, "A Saucerful of Secrets", apenas dois anos após sua criação. Seu vício em LSD era um estorvo crescente, a medida que sua personalidade se tornava cada vez mais instável e imprevisível, mesmo quando estava em gravações ao vivo. Sua capacidade de compor foi decaindo progressivamente, e pouco escreveu após sua partida do Floyd, apesar de ter lançado dois bons discos solos, "The Madcap Laughs" (1970) e "Barrett" (1971).

Após sua saída, Roger Waters assumiu a liderança do grupo e chamou David Gilmour (curiosamente o ex-professor de guitarra de Syd) para substituir Barrett, e acabou se tornando, junto com Waters, o membro mais importante e carismático dos Floyds.
Muitos fãs de Syd alegam que Gilmour não tinha a mesma ousadia e criatividade de seu antecessor, pois Barrett foi considerado extremamente inovador por ter sido um dos primeiros a explorar todas as possibilidades sonoras da distorção e da máquina de eco. Na minha opinião, esse tipo de comparação, além de injusta, é infrutífera. Para mim, Gilmour é e foi mais importante para a história do Pink Floyd de uma forma geral, por motivos óbvios: É dele o mérito de sustentar orgulhosamente o nome da banda até hoje, mesmo após a perda irreparável de Roger Waters na década de 80. Mas isto é equivalente ao comparar Pelé com Garrincha. A genialidade de ambos é amplamente reconhecida, apesar de Gilmour ter tido uma carreira muito mais produtiva, mesmo em sua boa carreira solo.
Embora a história de Syd Barrett a frente do Pink Floyd tenha sido muito breve, a influencia que ele exerceu nos demais membros foi eterna. A deterioração do estado mental de Syd abalou profundamente a escrita de Water e Gilmour, e é de conhecimento público que todos os maiores álbums da banda foram tributos, direta ou indiretamente, a Syd. "Wish You Were Here", disco de 1975, deixa claro na sua faixa título o quanto sua ausência ainda repercutia no grupo. A faixa "Shine On You Crazy Diamond", uma das mais aclamadas da história da banda, que inicia e termina o álbum, fala de forma metafórica sobre a mesma temática. O conceituadíssimo álbum "The Dark Side of the Moon" que, juntamente com "Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band" dos Beatles, é considerado pelos críticos o álbum de rock mais importante do século 20, foi uma forma do grupo falar, mesmo que de forma indireta, sobre a difícil temática da perda cada vez mais concreta e definitiva de Syd para o Floyd. Com o álbum "The Wall", o maior sucesso comercial da banda, Roger Waters se inspirou abertamente na personalidade conturbada de Barrett para encarnar Pink, a personagem principal do filme que acompanhou o disco.
A saída de Syd Barrett do Pink Floyd talvez nunca seja compreendida completamente, da mesma forma que sua vida pessoal é recheada de mistérios. Sabe-se apenas que Syd foi, além de outra grande vítima do abuso de drogas no mundo do rock das décadas de 60 e 70, um possível portador de doença mental, o que terminou por se agravar com o uso das drogas alucinógenas. Ele foi diversas vezes hospitalizado, mas o público jamais soube ao certo a causa destas internações. Até sua morte é encoberta de incertezas, jamais sido veiculada a causa de seu falecimento, no dia 7 de julho de 2006.
Syd Barret fez sua última aparição pública em 1973, vivendo de forma completamente reclusa pelo resto de sua vida, deixando milhares de fãs ao redor do mundo, que jamais abandonaram a esperança de ver o antigo ídolo de volta aos palcos.
Independentemente disso jamais ter ocorrido, Syd Barrett permanece como um dos grandes mitos do rock mundial, pela sua criatividade inigualável e personalidade ímpar. Ele foi a grande mente criativa por trás da primeira obra-prima do Floyd, "The Piper at the Gates of Dawn", que considero o maior álbum da história do rock psicodélico. Fica aqui minha humilde homenagem ao fundador do Pink Floyd, para mim a maior banda de rock da história. E só podemos imaginar quão longe teriam ido nossos sonhos e devaneios se o Floyd tivesse tido a companhia e genialidade de Syd Barrett por um pouco mais de tempo...

Daniel Hetzel


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